Uma história de amor verdadeiro

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Muitas vezes achamos ter motivos para não acreditar em amor verdadeiro, daqueles que duram a vida inteira. Temos tantas decepções durante nossas vidas, que aos poucos começamos a desacreditar no amor, no "felizes para sempre", no "até que a morte nos separe". Por isso contarei a vocês uma história que me faz acreditar em amor,uma história real, vivida dia após dia. Que me fez perceber quão bonito pode ser amar, e que amor, amor mesmo, é carinho, compreensão, cuidado e respeito.
“Amar é, sim, entrar no tempo do outro, é entender, perdoar, estar ao lado sempre”.

A história dos meus avós:

Eu fui passar a virada do ano com meus avós lá em Minas Gerais, eu sempre achei bonito observador os dois, é incrível a ligação que eles têm. Me lembro de quando eu era pequena e a minha vó precisava viajar para a cidade vizinha para ir ao médico, meu avó pegava um banquinho, colocava na frente da casa dos dois e ficava sentado lá fora, olhando para a estrada, esperando ela chegar. Eu sempre ouvia ele resmungar as frases "Maria está demorando demais", "Que demora a de Maria". Ele se cansava de esperar, dava uma voltinha lá dentro de casa, pegava o banquinho, voltava lá pra fora e não sossegava até ela chegar. Era engraçado e bonito ver a preocupação dele com ela. 

 Eu perguntei para ela a história dos dois e ela me respondeu assim:
" A gente se conhecia de vista desde criança, mas quando eu era mais nova eu vendia frutas pra falecida mulher dele, assim que eu conheci ele. Mas quando fazia 2 anos que eu estava viúva, ele estava viúvo a 6 meses, então umas amigas nossas ficavam falando da gente casar. Eu não queria casar outra vez não, aí elas ficaram insistindo, e a gente conversou e deu certo. Isso faz 40 anos".
Não, não é uma história extraordinária, com príncipes, cavalo, castelo ou carruagem. É uma história simples, mas que rendeu um amor sincero. Os dois eram viúvos, os dois já tinham filhos, os dois eram pessoas simples, sem bens para oferecer, só resolveram viver esse amor. 
Atualmente? bem, hoje meu avô irá fazer 103 anos, ele não ouve bem por causa de uma bomba de festa junina que estourou perto do ouvido dele, e tem um problema na perna por causa de uma queda de escada e anda com dificuldade. A minha avó tem 89 anos, teve cataratas e não enxerga quase nada.
Para conversar com meu avô é muito difícil, ele só ouve se falar bem alto e bem pertinho do ouvido. Mas a minha avó fala baixinho e rápido e ele consegue entende-la. Como é possível? amor, convivência... 

Meu avô que fica sempre quietinho olhando, porque não consegue ouvir o que a gente fala. Ele me disse assim: " Teve uma vez que Maria foi viajar e ficou um ano fora, 06 meses, voltou, e depois outros 06 meses pra consultar lá em São Paulo. Nossa, mas foi ruim demais ficar sozinho sem Maria aqui". Aí eu perguntei quanto tempo fazia isso, e ele me disse que foi lá pra 1980. Eu fiquei tão impressionada dele lembrar de algo que faz tanto tempo.
No meio de nossa conversa ela me disse algo que me tocou "Eu só peço a Deus que tenha misericórdia do seu avô, para que ele não fique doente de cama, porque eu já não enxergo pra poder cuidar dele". 

 Uma vez ele foi me mostrar as fotos que ele tinha guardado, e me disse com um sorriso no rosto "toda foto que eu tenho, Maria está comigo". 
É incrível ver um amor puro, que não precisa de nada a mais que a companhia um do outro. Um amor simples, verdadeiro, um casal que honra seus votos do sagrado matrimônio todos os dias. Se cuidam, se respeitam, se amam na saúde e na doença, e se amarão até o fim de suas vidas. 


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